Setembro 2008 - Bom Amigo!

Há entre nós, há mais de quatro décadas, uma amizade afectiva, de mútua e irresistível simpatia, que é difícil de explicar aqueles que, no frenesim da vida, só colhem amistanças efémeras, sol de pouca dura.

Uma amizade que, como já uma vez escrevi, nunca foi motivo de constrangimentos nos negócios realizados, ou inibidora de opções e interesses não coincidentes. Uma relação saudavelmente natural e consistente; uma espécie de boa-fé semeada, em que a colheita resultou frutuosa para ambos.

Embora pareça lisonjeiro o que vou dizer-lhe, a verdade é que o admiro e aprecio pelo caminho cheio de obstáculos que percorreu, com vagar e prudência, talvez o mais certeiro método para alcançar a meta de um sonho que se materializou e colher, agora, os frutos da árvore que plantou, cuidou e viu florescer.

Recentemente voltei a pisar, com a emoção da primeira vez, o reduto onde passa os dias e tem passado os seus anos, permanentemente activo nas mudanças que, com pertinácia e serena confiança, vai fazendo irradiar.

Quando aí fui pela primeira vez, há quase quarenta e cinco anos, encontrei um homem que fervilhava uma inquietação igual à minha, a bater ao ritmo do meu coração. Alguém desejoso de encontrar as coordenadas que o justificassem no futuro como um empresário de corpo inteiro; alguém que iniciara os primeiros passos no palco da vida, numa actividade alicerçada em nenhuma grande certeza, mas com o desejo incansável de dar expressão consistente ao seu projecto de vida. Quarenta e cinco anos depois, encontro-o em contida serenidade a saborear o mel da responsabilidade assumida e em paz, com a consciência do dever cumprido.

O tempo passa por nós na sua pressa e leva com ele todas as energias da nossa rotina existencial, mas apesar das nossas fraquezas do corpo, cá vamos aguentando de pé, com o mesmo espírito inconformado de outrora, imprimindo sensibilidade aos vindouros para que a herança – obra da nossa paixão – não perca neles o espírito, a tempera e a força de animo que legamos.
Como diz o ditado: “Não é empresário quem quer. É quem merece sê-lo.”

Felizes os que se cumprem no que fazem.

Com a amizade e simpatia do

Augusto Monteiro

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